Powered by Blogger

segunda-feira, novembro 28, 2005



Dias de luz


Nos dias em que os fios de chuva se entrelaçam com os raios de sol, apetece-me enredar-te na teia que vamos construindo com os nossos corpos e os nossos silêncios feitos de suspiros e sorrisos.

Num dia desses esperaste por mim na tua casa que tinhas aquecido no máximo um dia antes. Uma casa à minha espera. Quente, porque tu sabes que trago nos olhos os climas dos trópicos e no corpo o desejo do calor que me faz florir. Quente, porque sabes que o frio me mata o sorriso, me congela a pele, me seca a alma.
A tua casa à minha espera. Quente, tão quente para que eu pudesse passear nua pelas divisões enquanto te conto estórias e te faço sorrir.

Num dia desses ofereceste-me uma prenda embrulhada em papel de seda cor de rosa e eu ofereci-te a minha pele desembrulhada para que lhe encontrasses a cor.

Num dia desses, fizemos amor no teu sofá vermelho de veludo. Despir-nos-íamos mais tarde, quando desembrulhássemos as prendas. No sofá, apenas te beijei longamente, senti o teu sexo a desejar a minha boca, a desejar o meu calor. E depois de saborear longamente o teu tesão que crescia em carícias macias, sentei-me ao teu colo e entraste em mim.

Pertencemo-nos nesse momento. Simplesmente. Como se ambos tivéssemos regressado a casa.




Pintura de Susy Gomèz