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quinta-feira, novembro 10, 2005



Viagem na ponte para o arco-íris


Todas as viagens têm um destino. Nesse dia não sabia qual o teu, nem o meu.

Sentei-me na viagem que não teria estória, não tivesse eu vestido a minha mini-saia preta, não fora o teu carro confortável, não fosse o sol ameaçado a espaços com nuvens negras que desabavam sobre a nossa viagem, não fora o desejo no teu olhar, não fora a carícia na cintura que me fizeras minutos antes.

Esta viagem teria um destino. Nunca sabemos o nosso quando embarcamos na aventura dos corpos que se adivinham, nem das vontades que não se sonham.

Conduzes devagar, como eu gosto quando tiro o relógio.
Eu falo muito, como tu gostas quando usas os teus silêncios.

Conduzes com uma mão, enquanto a outra redescobre as minhas coxas, falas do péssimo tempo, enquanto eu levanto a mini saia que só vesti para que ma despisses, tocas-me ao de leve no sexo, enquanto eu te digo que este é o meu tempo preferido, metes determinadamente a mão dentro da minha lingerie sofisticada em que não repararás, enquanto eu fecho os olhos e oiço-me respirar ao som da chuva.

Conduzes devagar e eu deixo-me conduzir, enquanto acaricias o meu sexo húmido, sem palavras, ou com todas as palavras que me dizes, quando eu uso os meus silêncios.

Pedes-me que me venha ali, pedes-me para parar o carro, pedes-me…
Peço-te que não pares, nem o carro, nem a carícia, nem a chuva, nem a tua mão que escorrega dentro de mim, nem os raios de sol que teimam em romper, nem o tesão que me dás.

Dos nossos orgasmos, ficarão mais tarde, as manchas nos lençóis da tua cama .

Desta viagem, ficou no meu olhar o arco-íris quando finalmente abri os olhos.

Chegara ao destino.